Cabeçalho a partir de Double Cairo Fragmento. 2010, Nuno Cera. Cortesia do artista | Header from Double Cairo Fragmento. 2010, Nuno Cera. Artist's release.
O primeiro colóquio Arte. Crítica. Política. possui uma topografia incerta entre filosofia, estética, história, política e teoria. O seu campo científico não é definido disciplinarmente, mas por um conjunto de problemas que importa resgatar do esquecimento e da inactualidade que a contemporaneidade lhe conferiu.
O putativo fim da crítica e a sua substituição por sistemas institucionais e artísticos imunes a qualquer juízo implica um fechamento político do campo artístico ao debate, ao pensamento e à sociedade, e a sua substituição por lógicas dominantes e totalitárias.
A ideia de crítica que trazemos à discussão combate este estado de coisas e propõe retomar o entendimento da produção artística e cultural como campo de conhecimento e investigação que convoca um vasto conjunto de ferramentas; não procede por exclusões, mas pela afirmação da pluralidade de meios, conceitos e abordagens; posiciona o valor artístico não como decorrente da visibilidade, comunicabilidade e circulação, mas a partir da sua pertinência enquanto experiência reflexiva que importa debater.
Trata-se não só de sublinhar a relevância da crítica enquanto momento reflexivo necessário à construção do objecto artístico, mas igualmente rever o âmbito da actividade da crítica contribuindo para a revalidação da sua autonomia e pertinência disciplinar. Ao mesmo tempo, procuramos mostrar como o pensamento crítico, nas suas diferentes expressões específicas, é um elemento decisivo para o desenvolvimento inteligente das comunidades humanas.
Para não fechar a discussão no âmbito dos especialistas na crítica da arte e na tão acesa polémica que opõe a crítica à curadoria e à museologia, convidámos investigadores das mais diversas áreas (cinema, literatura, arquitectura, etc.) para discutir sob que condições se pode pensar criticamente as diferentes criações humanas, mostrando como o modo como se pensa e faz arte tem importantes consequências políticas. Assim, este primeiro encontro ambiciona não só contribuir para o debate da crítica, mas também dar mais passos no desenho do seu mapa e explorar problemas cuja reflexão e discussão importa hoje aprofundar.
Nuno Crespo
Lisboa, Junho de 2014
O putativo fim da crítica e a sua substituição por sistemas institucionais e artísticos imunes a qualquer juízo implica um fechamento político do campo artístico ao debate, ao pensamento e à sociedade, e a sua substituição por lógicas dominantes e totalitárias.
A ideia de crítica que trazemos à discussão combate este estado de coisas e propõe retomar o entendimento da produção artística e cultural como campo de conhecimento e investigação que convoca um vasto conjunto de ferramentas; não procede por exclusões, mas pela afirmação da pluralidade de meios, conceitos e abordagens; posiciona o valor artístico não como decorrente da visibilidade, comunicabilidade e circulação, mas a partir da sua pertinência enquanto experiência reflexiva que importa debater.
Trata-se não só de sublinhar a relevância da crítica enquanto momento reflexivo necessário à construção do objecto artístico, mas igualmente rever o âmbito da actividade da crítica contribuindo para a revalidação da sua autonomia e pertinência disciplinar. Ao mesmo tempo, procuramos mostrar como o pensamento crítico, nas suas diferentes expressões específicas, é um elemento decisivo para o desenvolvimento inteligente das comunidades humanas.
Para não fechar a discussão no âmbito dos especialistas na crítica da arte e na tão acesa polémica que opõe a crítica à curadoria e à museologia, convidámos investigadores das mais diversas áreas (cinema, literatura, arquitectura, etc.) para discutir sob que condições se pode pensar criticamente as diferentes criações humanas, mostrando como o modo como se pensa e faz arte tem importantes consequências políticas. Assim, este primeiro encontro ambiciona não só contribuir para o debate da crítica, mas também dar mais passos no desenho do seu mapa e explorar problemas cuja reflexão e discussão importa hoje aprofundar.
Nuno Crespo
Lisboa, Junho de 2014
PROGRAMA:
19 de Junho
Auditório Goethe-Institut, Lisboa
19h
Abertura: Raquel Henriques da Silva e Nuno Crespo
Conferência de Abertura
Art criticism as a new beginning in times of crises
por Dorit Kluge
20 de Junho
Auditório 1, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
10h00
Crítica e Política
João Pedro Cachopo - Moderador
Alexandre Melo — César, o Poder e a Crítica : Um Diálogo com André e. Teodósio
António Guerreiro — A crítica da crítica
Eduarda Neves — Um crítico na época do cinismo avançado
Rosa Maria Martelo — Arrogância e morte... Ou nem tanto?
11h30- Coffee break
12h
Crítica e Criação Artística
Delfim Sardo - Moderador
Joana Cunha Leal e Mariana Pinto dos Santos — As "sete cabeças" do modernismo
José Gil — Problemas de Crítica / Criação
Ricardo Carvalho — Arquitectura. Público. Cidade.
Pedro Lapa — Poética e política: reemergências na arte portuguesa no fim do século XX
13h30 Almoço
15h
Lugares da Crítica
Maria João Cantinho - Moderadora
Ana Godinho — Crítica e Clínica, a arte das conjugações
Luis Miguel Oliveira — Samuel Fuller: um caso crítico e político
Margarida Medeiros — Fotografia, Arte, Crítica: a cadeira do juiz que ficou vazia
Silvina Rodrigues Lopes — Crítica - evitar a última palavra
16h30 - Coffee break
17h
Crises e Possibilidades da Crítica
Nuno Crespo - Moderador
Bruno Duarte — Walter Benjamin, por Friedrich Schlegel
Jorge Figueira — Para que servem o crítico, a crítica e os media?
Maria Filomena Molder — Há condições de possibilidade para a existência da crítica de arte?
Miguel Wandschneider — O que aconteceu à critica de arte em Portugal?
18h30 Encerramento
19 de Junho
Auditório Goethe-Institut, Lisboa
19h
Abertura: Raquel Henriques da Silva e Nuno Crespo
Conferência de Abertura
Art criticism as a new beginning in times of crises
por Dorit Kluge
20 de Junho
Auditório 1, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
10h00
Crítica e Política
João Pedro Cachopo - Moderador
Alexandre Melo — César, o Poder e a Crítica : Um Diálogo com André e. Teodósio
António Guerreiro — A crítica da crítica
Eduarda Neves — Um crítico na época do cinismo avançado
Rosa Maria Martelo — Arrogância e morte... Ou nem tanto?
11h30- Coffee break
12h
Crítica e Criação Artística
Delfim Sardo - Moderador
Joana Cunha Leal e Mariana Pinto dos Santos — As "sete cabeças" do modernismo
José Gil — Problemas de Crítica / Criação
Ricardo Carvalho — Arquitectura. Público. Cidade.
Pedro Lapa — Poética e política: reemergências na arte portuguesa no fim do século XX
13h30 Almoço
15h
Lugares da Crítica
Maria João Cantinho - Moderadora
Ana Godinho — Crítica e Clínica, a arte das conjugações
Luis Miguel Oliveira — Samuel Fuller: um caso crítico e político
Margarida Medeiros — Fotografia, Arte, Crítica: a cadeira do juiz que ficou vazia
Silvina Rodrigues Lopes — Crítica - evitar a última palavra
16h30 - Coffee break
17h
Crises e Possibilidades da Crítica
Nuno Crespo - Moderador
Bruno Duarte — Walter Benjamin, por Friedrich Schlegel
Jorge Figueira — Para que servem o crítico, a crítica e os media?
Maria Filomena Molder — Há condições de possibilidade para a existência da crítica de arte?
Miguel Wandschneider — O que aconteceu à critica de arte em Portugal?
18h30 Encerramento
Notas biográficas e intervenções dos conferencistas:
Ana Godinho é invstigadora do Instituto de Filosofia da Linguagem da Faculdade de Ciências Sociais Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Obteve o seu doutoramento em 2005 com a tese “Ontologia e estética em Gilles Deleuze. O estilo na obra deleuziana ”, na FCSH/ UNL, 2005). Entre 2005 e 2009 foi Professora Convidada do mestrado em Artes Visuais / Intermedia na Universidade de Évora, onde foi responsável por unidades curriculares como “O Gosto e a Arte Moderna”, “Pensamento estético contemporâneo”, “Teoria e Projecto do Acto Criativo. Entre 2007 e 2008 foi igualmente professora convidada do Mestrado em Estudos do espaço e do Habitar em Arquitectura, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa onde ensinou "Estética das Formas Urbanas". No mestrado em filosofia da FCSH / UNL, (2008-2009 e 2010-2011) leccionou as unidades curriculares de Arte e Experiência e Critica e Tradução. Publicou os livros Linhas do Estilo - estética e ontologia em Gilles Deleuze, Lisboa, Relógio d'Água, 2007; e com José Gil, O Humor e a lógica dos objectos de Duchamp, Relógio d’Água/IFL, 2011. E tem diversos artigos publicados sobre estética, Deleuze e filosofia da arte.
Crítica e Clínica, a arte das conjugações.
A crítica está indissociavelmente ligada à clínica e as duas são imanentes à vida. Caberá à primeira seguir as vias que através de operações particulares levam à criação artística e à segunda, determinar o que faz com que aquele processo por vezes falhe e bloqueie. Podem, a Crítica e a Clínica abrir um espaço de inquietude de uma precariedade especifica, cartografar um certo movimento de atenção com uma eficácia dirigida à conservação da vida? Como sentir e afinar novas maneiras de pensar e criar?
Crítica e Clínica, a arte das conjugações.
A crítica está indissociavelmente ligada à clínica e as duas são imanentes à vida. Caberá à primeira seguir as vias que através de operações particulares levam à criação artística e à segunda, determinar o que faz com que aquele processo por vezes falhe e bloqueie. Podem, a Crítica e a Clínica abrir um espaço de inquietude de uma precariedade especifica, cartografar um certo movimento de atenção com uma eficácia dirigida à conservação da vida? Como sentir e afinar novas maneiras de pensar e criar?
Alexandre
Melo é licenciado em Economia e doutorado em Sociologia da Cultura pelo ISCTE
(Universidade de Lisboa) onde leciona cadeiras de Sociologia da Cultura,
Sociologia da Arte e Teoria da Arte Contemporânea. Desde o início dos anos
80, exerce atividade de crítico de arte para jornais como "JL",
"Expresso" ou "El País" e colabora em revistas
internacionais, especializadas em arte contemporânea, como
"Artforum", "Flash Art" ou “Parkett”. Realiza conferências, organiza
exposições e tem publicado livros e textos em catálogos e antologias em
Portugal e no estrangeiro. Alguns
livros publicados : “Velocidades Contemporâneas”, “Aventuras no Mundo da Arte”,
“Sistema da Arte Contemporânea”, “Globalização Cultural”, “Arte e Mercado em
Portugal”, “Arte e Artistas em Portugal”, “Julião Sarmento”, “Arte Pop &
Cia”.
César, o Poder e a Crítica : Um Diálogo com André e. Teodósio
César, o Poder e a Crítica : Um Diálogo com André e. Teodósio
António Guerreiro, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Português/ Francês), é crítico literário no jornal “Público”. Publicou um volume de ensaios literários e de estética intitulado O Acento Agudo do Presente e co-editou dois volumes de ensaios: Enciclopédia e Hipertexto e Da Civilização da Palavra à Civilização da Imagem. Sobre a questão da crítica literária, tem tido uma intervenção frequente, nomeadamente em revistas especializadas.
A crítica da crítica
A crítica da crítica ganhou a dimensão de um novo género, muito cultivado. Ela revela que nada do que diz respeito à crítica – e em primeiro lugar a crítica da cultura – deixou de ser uma evidência. Mas não porque a crítica das várias disciplinas artísticas perdeu o seu papel e a sua função e necessidade se extinguiram: o eclipse da crítica acompanha um devir político porque toda a crítica é política.
A crítica da crítica
A crítica da crítica ganhou a dimensão de um novo género, muito cultivado. Ela revela que nada do que diz respeito à crítica – e em primeiro lugar a crítica da cultura – deixou de ser uma evidência. Mas não porque a crítica das várias disciplinas artísticas perdeu o seu papel e a sua função e necessidade se extinguiram: o eclipse da crítica acompanha um devir político porque toda a crítica é política.
Bruno C. Duarte é doutorado em Filosofia pela Universidade Marc Bloch – Strasbourg, onde estudou com Philippe Lacoue-Labarthe. O seu trabalho incide sobretudo sobre a ligação entre Estética, Poética e Filosofia, em particular no período do Idealismo Alemão, incluindo autores como F. Hölderlin, H. von Kleist, F.W.J. Schelling ou F. Schlegel, entre outros. É membro do Instituto de Filosofia da Linguagem da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Walter Benjamin, por Friedrich Schlegel
Se, no momento em que reflecte sobre a noção de crítica, o próprio crítico trocasse de lugar com o seu objecto, este deixaria de lhe pertencer ou de existir na correlação de um juízo que a priori lhe é estranho, e passaria a devolver, transfigurado, o olhar que se pousou sobre ele. Seria esse também o olhar – póstumo, mas não passivo; irreal, mas não inerte – de Friedrich Schlegel sobre Walter Benjamin, em especial sobre o estudo “O conceito de crítica de arte no Primeiro Romantismo Alemão”. E seria acima de tudo uma forma de repetir para si mesmo a conhecida citação do aforismo de Karl Kraus: “Quanto mais de perto se olha uma palavra, mais de longe ela olha de volta.”
Walter Benjamin, por Friedrich Schlegel
Se, no momento em que reflecte sobre a noção de crítica, o próprio crítico trocasse de lugar com o seu objecto, este deixaria de lhe pertencer ou de existir na correlação de um juízo que a priori lhe é estranho, e passaria a devolver, transfigurado, o olhar que se pousou sobre ele. Seria esse também o olhar – póstumo, mas não passivo; irreal, mas não inerte – de Friedrich Schlegel sobre Walter Benjamin, em especial sobre o estudo “O conceito de crítica de arte no Primeiro Romantismo Alemão”. E seria acima de tudo uma forma de repetir para si mesmo a conhecida citação do aforismo de Karl Kraus: “Quanto mais de perto se olha uma palavra, mais de longe ela olha de volta.”
Dorit Kluge studied Art History, Journalism, French and Italian Literature in Leipzig (Germany), Metz (France) and Pavia (Italy). Her PhD thesis in Art Sciences deals with the very beginning of modern art criticism in France and analyses the writings of Etienne de La Font de Saint-Yenne. She also holds a Master’s degree in Business Administration with a specialization in service management, organisation, and human resources. She has been working for seven years in the tourism industry for Thomas Cook in Germany before she came via a governmental exchange program to France. From 2006 until 2014 she has been teaching Tourism, Art History, and German language in the department of culture professions as well as in the German department at Blaise Pascal University Clermont-Ferrand. Back to Germany in April 2014 she was appointed professor at the University of Applied Sciences HWTK Berlin where she teaches Business Administration, Tourism and Marketing. A big part of her research work is dedicated to the interaction of art critics and economics in the 18th century. Another main research focus is on didactics and methods of teaching art history, culture, management, and languages in applied contexts such as in tourism studies.
Art criticism as a new beginning in times of crises – two 18th century examples
Thinking about art criticism today means thinking about items like the economic value of art, the conservation of works or the quality criteria in creational processes. But, they were all issues already about 250 years ago at the very beginning of art criticism. Two examples from two different areas – from France and Saxony – shall illustrate the role of art criticism in an aesthetic, and in a political or economic crisis.
The first example takes us to France where the origin of modern art criticism is linked to the development of the art salons, the official art exhibitions of the Royal Academy of Painting and Sculpture. At a moment where writers and philosophers complained about the decline of morals and aesthetics, artists stepped up to their public by exhibiting regularly their works. While art critics pretended to be the organ of the general public they took advantage of the situation and proposed new ways for the production, the conservation and the consumption of works of art. One of these art critics is La Font de Saint-Yenne whose “Réflexions” were published in 1747 and became a reference for all critics.
Some years later art criticism emerged in a quite different context in Saxony. After the end of the Seven Years’ War the Academy of Fine Arts in Dresden was founded as an instrument of art policy. Art criticism developed at the same moment as a result of the setting-up of art exhibitions in 1764. Finally the encouragement of arts became a major objective of the restoration process in Saxony and we should ask how art criticism was used as a political instrument for getting out of a political, economic and social crisis.
Art criticism as a new beginning in times of crises – two 18th century examples
Thinking about art criticism today means thinking about items like the economic value of art, the conservation of works or the quality criteria in creational processes. But, they were all issues already about 250 years ago at the very beginning of art criticism. Two examples from two different areas – from France and Saxony – shall illustrate the role of art criticism in an aesthetic, and in a political or economic crisis.
The first example takes us to France where the origin of modern art criticism is linked to the development of the art salons, the official art exhibitions of the Royal Academy of Painting and Sculpture. At a moment where writers and philosophers complained about the decline of morals and aesthetics, artists stepped up to their public by exhibiting regularly their works. While art critics pretended to be the organ of the general public they took advantage of the situation and proposed new ways for the production, the conservation and the consumption of works of art. One of these art critics is La Font de Saint-Yenne whose “Réflexions” were published in 1747 and became a reference for all critics.
Some years later art criticism emerged in a quite different context in Saxony. After the end of the Seven Years’ War the Academy of Fine Arts in Dresden was founded as an instrument of art policy. Art criticism developed at the same moment as a result of the setting-up of art exhibitions in 1764. Finally the encouragement of arts became a major objective of the restoration process in Saxony and we should ask how art criticism was used as a political instrument for getting out of a political, economic and social crisis.
Eduarda Neves, Licenciada em Filosofia pela Universidade do Porto e Doutorada em Estética com a tese Sobre o auto-retrato. Fotografia e modos de subjectivação. Desenvolve investigação na área das Artes Visuais e Artes Performativas. Investigadora Responsável do Grupo de Investigação Arte e Estudos Críticos do CEAA (www.ceaa.pt).Editora convidada do nº 2 da Revista Persona –Film, Theatre. Experiments and Displacements, 2014. Integrou, em 2008, a convite do Ministério da Cultura, a Comissão de apreciação para atribuição de Apoio Pontual – área de Teatro. Moderou o ciclo de conferências O Futuro do Futuro integradas na Linha da Estética- Porto Capital Europeia da Cultura - 2001. Concebeu e coordenou, a convite da Fundação de Serralves, entre outros, os seguintes Ciclos: (1)O Teatro na História das artes performativas; (2)O corpo nas artes (com Bernardo Pinto de Almeida); (3)Arte contemporânea: abordagens e perspectivas; (4)Da fotografia como representação à fotografia como ficção; (5)A imagem fotográfica: do conceito à obra. Integra, desde 2012, o júri da Mostra de Processos/Portugal (MAP) (Exposições e Performances).É, actualmente, Presidente do Conselho Geral e Vice-Presidente do Conselho Científico da ESAP, (www.esap.pt) instituição da qual é docente desde 1987, leccionando nas áreas da Estética, Artes Visuais e Artes Performativas.
Um crítico na época do cinismo avançado
“ Fazer a crítica é tornar difíceis os gestos fáceis demais”. (Michel Foucault)
Criticar, enquanto modo de pensar, é um modo de agir, um modo de transformar. Porque faz parte das nossas convicções individuais a crítica é sempre comprometida e parcial mas também uma relação de troca, um combate e um instrumento de resistência.
A crítica e a arte não constituem práticas de excepção. O crítico não é um juíz, nem a crítica uma lei. À tarefa crítica não preside o acto de proferir veredictos. No entanto, e recordando Benjamin, “quem não souber tomar partido que fique calado”. O trabalho da crítica é, ele próprio, um trabalho de interrogação das suas condições de exercício, dos seus impasses e limites. É sempre o desconforto face a posições dominantes que está em jogo.
O capitalismo financeiro e as transformações políticas e económicas alteraram o campo da arte e o papel que o crítico hoje exerce ou pode exercer. Interpelando o seu tempo, perante um mercado que administra a resistência e que alimenta a rede saber-poder, criticar é revolucionar, porque é fazer existir. Como nem tudo se equivale, a crítica é um desafio, uma exigência radical do pensamento.
Um crítico na época do cinismo avançado
“ Fazer a crítica é tornar difíceis os gestos fáceis demais”. (Michel Foucault)
Criticar, enquanto modo de pensar, é um modo de agir, um modo de transformar. Porque faz parte das nossas convicções individuais a crítica é sempre comprometida e parcial mas também uma relação de troca, um combate e um instrumento de resistência.
A crítica e a arte não constituem práticas de excepção. O crítico não é um juíz, nem a crítica uma lei. À tarefa crítica não preside o acto de proferir veredictos. No entanto, e recordando Benjamin, “quem não souber tomar partido que fique calado”. O trabalho da crítica é, ele próprio, um trabalho de interrogação das suas condições de exercício, dos seus impasses e limites. É sempre o desconforto face a posições dominantes que está em jogo.
O capitalismo financeiro e as transformações políticas e económicas alteraram o campo da arte e o papel que o crítico hoje exerce ou pode exercer. Interpelando o seu tempo, perante um mercado que administra a resistência e que alimenta a rede saber-poder, criticar é revolucionar, porque é fazer existir. Como nem tudo se equivale, a crítica é um desafio, uma exigência radical do pensamento.
Joana
Cunha Leal (doutoramento 2006) é Professora Auxiliar do Departamento de
História da Arte da FCSH-UNL e Investigadora Integrada do Instituto de História
da Arte (IHA) da mesma Universidade. É responsável pela área de doutoramento em
Teoria da Arte e pelo Grupo de Investigação Teoria, historiografia e crítica do
IHA. Trabalha desde 2010 questões sobre modernismo, tendo o seu
projecto de investigação “Other Modernisms? The case of Amadeo Souza
Cardoso” recebido uma bolsa Fulbright. É investigadora principal do projecto
Southern Modernisms financiado pela FCT (2014). Co-editou com Mariana Pinto dos
Santos nº10 da Revista de História da Arte – práticas da
teoria (2012). É igualmente co-editora do volume To and Fro: modernism and vercular
architecture (2013; com M. Helena Maia e A.
Cardoso). Foi bolseira do Stone Summer Theory Institute em 2010 e
2011. É autora de vários artigos.
As "sete cabeças" do modernismo (com Mariana Pinto dos Santos)
A história da arte do século XX assenta sobre concepções de modernismo que frequentemente nos são dadas em definições fixas, categóricas, e tendentes a uma sua naturalização. Propomos abordar como essa fixação do modernismo por vezes se afasta das práticas artísticas referidas pela historiografia, e como ambas (práticas artísticas e historiografia) se relacionam com tomadas de posição políticas e críticas. Analisaremos brevemente os encontros e desencontros entre concepções e práticas de modernismo, para os casos de Almada Negreiros, Diogo de Macedo e José-Augusto França.
As "sete cabeças" do modernismo (com Mariana Pinto dos Santos)
A história da arte do século XX assenta sobre concepções de modernismo que frequentemente nos são dadas em definições fixas, categóricas, e tendentes a uma sua naturalização. Propomos abordar como essa fixação do modernismo por vezes se afasta das práticas artísticas referidas pela historiografia, e como ambas (práticas artísticas e historiografia) se relacionam com tomadas de posição políticas e críticas. Analisaremos brevemente os encontros e desencontros entre concepções e práticas de modernismo, para os casos de Almada Negreiros, Diogo de Macedo e José-Augusto França.
Jorge
Figueira é licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto, 1992, e doutorado em arquitectura, pela Universidade de
Coimbra, 2009. Director do Departamento de Arquitectura, Faculdade de Ciências
e Tecnologia da Universidade de Coimbra, onde é Professor Auxiliar.
Investigador do Centro de Estudos Sociais (Universidade de Coimbra). Tem
livros publicados, entre os quais, Reescrever o Pós-Moderno, Dafne,
2011, O Arquitecto Azul, Imprensa da Universidade de Coimbra,
2010, e como editor Álvaro Siza. Modern Redux, Berlim: Hatje
Cantz, 2008. Tem textos publicados em
revistas nacionais e internacionais da especialidade.
Para que servem o crítico, a crítica e os media
Quando tudo e todos podem ser criticados e críticos, para que serve o crítico e a crítica? Quando as redes sociais democratizam radicalmente o acesso à opinião e à crítica, para que servem os media onde a crítica se faz tradicionalmente? Deixando de haver edifícios para criticar, qual é o objecto da crítica da arquitetura?
Para que servem o crítico, a crítica e os media
Quando tudo e todos podem ser criticados e críticos, para que serve o crítico e a crítica? Quando as redes sociais democratizam radicalmente o acesso à opinião e à crítica, para que servem os media onde a crítica se faz tradicionalmente? Deixando de haver edifícios para criticar, qual é o objecto da crítica da arquitetura?
José Gil (Moçambique, 1939) é actualmente investigador da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas das Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou estética, filosofia da arte e filosofia moderna e contemporânea. É autor de diversos livros sobre filosofia do corpo: Metamorfoses do Corpo, Relógio d’Agua, 1997; tradução francesa na ed. de la Différence, 1985; edição inglesa na Univ. of Minnesota Press, 1998, Monstros, Relógio D'Água, 2006, com edição italiana pela Besa Editrice, 2000. Dedicado ao estudo de Fernando Pessoa publicou: Fernando Pessoa e a metafísica das sensações, Relógio D'Água Ed.,1987; edição francesa na La Différence, 1989, O espaço interior, Presença, 1994, Diferença e negação na poesia de Fernando Pessoa, Rel. d’Ag., 1999. No campo da estética, da filosofia da arte publicou:Sem título, Relógio D'Água, 2005; em conjunto com Ana Godinho publicou O Humor e a Lógica dos Objectos de Duchamp, Relógio D'Água ed.l, 2011; O imperceptível devir da Imanência, Relógio D'Água ed. 2008. É também autor de numerosos artigos sobre Descartes, Kant, Espinoza, Husserl, Deleuze e Foucault, bem como sobre as questões da identidade, dos sistemas de poder e sobre política. Actualmente tem trabalhado no campo da estética e investigado os requisitos ontológicos de uma filosofia do corpo.
Problemas de crítica/criação
Serão evocados problemas internos às próprias noções de crítica e da crítica de arte. O sujeito da crítica. A crítica é necessária? A criação artística supõe sempre uma função crítica? A crítica como extrínseca ao acto de criação.O objecto de arte, os críticos, a filosofia da arte e o observador.
Problemas de crítica/criação
Serão evocados problemas internos às próprias noções de crítica e da crítica de arte. O sujeito da crítica. A crítica é necessária? A criação artística supõe sempre uma função crítica? A crítica como extrínseca ao acto de criação.O objecto de arte, os críticos, a filosofia da arte e o observador.
Luís Miguel Oliveira nasceu em Tomar, em 1970. Licenciou-se em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Integra a equipa de programadores da Cinemateca Portuguesa desde 1993, sendo desde 2009 director do Departamento de Exposição Permanente daquela instituição e por inerência responsável pela programação. Colabora com o jornal Público, como crítico de cinema, desde 1994.
Samuel Fuller: um caso crítico e político
A partir de um caso concreto, a recepção crítica em França aos filmes de Samuel Fuller, durante a década de 50, elaborar-se-ão algumas notas e observações sobre a articulação, historicamente complexa e contraditória, de elementos estéticos e políticos pela crítica de cinema. Duas frases como epígrafe: “o tema de um filme é a sua forma” (JLG), e “a moral é uma questão de travellings” (Luc Moullet, justamente a propósito de Samuel Fuller).
Samuel Fuller: um caso crítico e político
A partir de um caso concreto, a recepção crítica em França aos filmes de Samuel Fuller, durante a década de 50, elaborar-se-ão algumas notas e observações sobre a articulação, historicamente complexa e contraditória, de elementos estéticos e políticos pela crítica de cinema. Duas frases como epígrafe: “o tema de um filme é a sua forma” (JLG), e “a moral é uma questão de travellings” (Luc Moullet, justamente a propósito de Samuel Fuller).
Margarida Medeiros é doutorada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lecciona, com Professora Auxiliar, na mesma Faculdade, na área da História da Imagem, Fotografia e Cultura Visual. Publica regularmente em revistas da especialidade e possui. como livros publicados:Fotografia e narcisismo - o auto-retrato contemporâneo (Lisboa, Assírio & Alvim, 2000);Fotografia e Verdade - Uma História de Fantasmas (Lisboa, Assírio & Alvim, 2010); A Última Imagem - fotografia de uma ficção (Lisboa, Documenta, 2012). Foi colaboradora do jornal Público desde o seu início, como crítica de Fotografia.
Fotografia, Arte, Crítica: a cadeira do juiz que ficou vazia
A fotografia foi sujeita, ao longo da sua história, implementada sobretudo a partir do século xx, por um lado a um olhar positivista e, por, outro, a um olhar desconfiado por parte de outras histórias, nomeadamente a História de Arte. Devido ao seu carácter de representação ‘pobre’ (Dominique Baqué 1996), simultaneamente como objecto industrial e como uma forma de arte. A sua história e ontologia oscilaram entre o formalismo oriundo da História de Arte e visão mais populista que, ao pretender abranger toda a transversalidade cultural da fotografia (todos os seus géneros) procurou também generalizar sobre a sua natureza artística. No panorama contemporâneo, porém, novas reconfigurações se afirmam que permitem clarificar esta ambiguidade e ultrapassar esta dissociatividade histórica e crítica.
Fotografia, Arte, Crítica: a cadeira do juiz que ficou vazia
A fotografia foi sujeita, ao longo da sua história, implementada sobretudo a partir do século xx, por um lado a um olhar positivista e, por, outro, a um olhar desconfiado por parte de outras histórias, nomeadamente a História de Arte. Devido ao seu carácter de representação ‘pobre’ (Dominique Baqué 1996), simultaneamente como objecto industrial e como uma forma de arte. A sua história e ontologia oscilaram entre o formalismo oriundo da História de Arte e visão mais populista que, ao pretender abranger toda a transversalidade cultural da fotografia (todos os seus géneros) procurou também generalizar sobre a sua natureza artística. No panorama contemporâneo, porém, novas reconfigurações se afirmam que permitem clarificar esta ambiguidade e ultrapassar esta dissociatividade histórica e crítica.
Maria Filomena
Molder é professora catedrática da FCSH da UNL.
Entre 2003-2009 foi membro do Conselho Científico do Collège International de
Philosophie. Principais
publicações: O Pensamento Morfológico de Goethe, INCM, 1995. Semear
na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin, Relógio d’Água, 1999 – Prémio Pen-
Club 2000 para Ensaio. Matérias Sensíveis, Relógio d’Água, 2000. A
Imperfeição da Filosofia, Relógio d’Água, 2003. O Absoluto que pertence
à Terra, Vendaval, 2005. Símbolo, Analogia e Afinidade, Vendaval,
2009. O Químico e o Alquimista. Benjamin, Leitor de Baudelaire, Relógio
d’Água, 2011 – Prémio Pen-Club 2012 para Ensaio.
As Nuvens e o Vaso Sagrado,
Relógio d’Água, 2014.
Há condições de possibilidade para a existência da crítica de arte?
Há condições de possibilidade para a existência da crítica de arte?
Mariana
Pinto dos Santos é historiadora da arte, publicou o livro Vanguarda
& Outras Loas — Percurso Teórico de Ernesto de Sousa (Assírio
& Alvim, 2007) e organizou e escreveu o catálogo Outra Vez Não.
Eduardo Batarda (Assírio & Alvim / Museu de Serralves, 2011).
Coordenou com Joana Cunha Leal o nº 10 da Revista do Instituto de História da
Arte da FCSH, Práticas da Teoria (2012). É editora na associação O Homem do Saco e na chancela
Pianola Editores, co-editora da revista Intervalo e co-editora
da obra literária de José de Almada Negreiros (Assírio & Alvim). É
investigadora no projecto financiado pela FCT Southern Modernisms.
As "sete cabeças" do modernismo (com Joana Cunha Leal)
A história da arte do século XX assenta sobre concepções de modernismo que frequentemente nos são dadas em definições fixas, categóricas, e tendentes a uma sua naturalização. Propomos abordar como essa fixação do modernismo por vezes se afasta das práticas artísticas referidas pela historiografia, e como ambas (práticas artísticas e historiografia) se relacionam com tomadas de posição políticas e críticas. Analisaremos brevemente os encontros e desencontros entre concepções e práticas de modernismo, para os casos de Almada Negreiros, Diogo de Macedo e José-Augusto França.
As "sete cabeças" do modernismo (com Joana Cunha Leal)
A história da arte do século XX assenta sobre concepções de modernismo que frequentemente nos são dadas em definições fixas, categóricas, e tendentes a uma sua naturalização. Propomos abordar como essa fixação do modernismo por vezes se afasta das práticas artísticas referidas pela historiografia, e como ambas (práticas artísticas e historiografia) se relacionam com tomadas de posição políticas e críticas. Analisaremos brevemente os encontros e desencontros entre concepções e práticas de modernismo, para os casos de Almada Negreiros, Diogo de Macedo e José-Augusto França.
Miguel Wandschneider (Lisboa, 1969) trabalhou como curador independente entre 1997 e 2004. Dos projectos expositivos que comissariou durante esse período, destaca os seguintes: Ernesto de Sousa: Revolution My Body (Fundação Calouste Gulbenkian, 1998); A Indisciplina do Desenho (Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão / Museu de Aveiro / Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha, 1999-2000); SlowMotion (ESTGAD, Caldas da Rainha, 2000-2003); Ângelo de Sousa: Sem Prata (Museu de Serralves, 2001); Noronha da Costa Revisitado (Centro Cultural de Belém, 2003). É curador de arte contemporânea na Culturgest desde 2004. Tem vindo a conceber o programa de exposições da Culturgest, assim como a comissariar numerosas exposições no âmbito desse programa, desde Dezembro de 2005. É igualmente responsável pela definição da linha editorial e pela coordenação das publicações dessa instituição.
O que aconteceu à critica de arte em Portugal
O que aconteceu à critica de arte em Portugal
Pedro Lapa é diretor artístico do Museu ColeçãoBerardo e professor convidado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi durante 11 anos diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, entre 2004 e 2008 foi curador da EllipseFoundation e entre 2008 e 2010,professor convidado da Escola das Artes da Universidade Católica de Lisboa. É doutorado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Comissariou muitas exposições em todo o mundo, das quais se destacam as retrospectivas deAmadeo de Souza-Cardoso,ManRay,Picabiaou ascoletivasMore Works AboutBuildingsandFood, Disseminações, Cinco Pintores da Modernidade Portuguesa, StanDouglas “TheSandman”e a antológica dedicada a JamesColeman. Foi co-autor do primeiro catálogo raisonné realizado em Portugal, dedicado à obra de Joaquim Rodrigo e é autor de mais de 30 publicações individuais sobre arte moderna e contemporânea, portuguesa e internacional. Em 2001 foi o curador da representação portuguesa à Bienal de Veneza. O Grémio Literário atribuiu-lhe o Grande Prémio de 2008 e o Ministro da Cultura de França, FrédéricMitterrand, concedeu-lhe a distinção de Chevalier de l’OrdredesArtsetdesLettres, em 2010.
Poética e política: reemergências na arte portuguesa no fim do século XX
Nesta comunicação procurar-se-á traçar um panorama histórico da emergência de uma geração de artistas na última década do século XX, bem como os confrontos e as fraturas estabelecidos a partir da reclamação de uma prática artística politicamente implicada.
Poética e política: reemergências na arte portuguesa no fim do século XX
Nesta comunicação procurar-se-á traçar um panorama histórico da emergência de uma geração de artistas na última década do século XX, bem como os confrontos e as fraturas estabelecidos a partir da reclamação de uma prática artística politicamente implicada.
Ricardo Carvalho nasceu em Lisboa em 1971. Arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1995. Doutorado em Arquitectura pelo Instituto Superior Técnico U.T.L. em 2012. Em 1999 fundou o escritório Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitectos. É docente no Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa. Foi professor do Mestrado Internacional Achitektur Studium Generale da Universidade do Brandemburgo BTU Cottbus, Alemanha (2009-2013). Foi Visiting Professor na Universidade de Navarra, UNAV, Pamplona, Espanha (2013). O trabalho de Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitectos foi apresentado em exposições e conferências na Europa, Japão e América Latina.
Arquitectura. Público. Cidade.
A palestra “Arquitectura. Público. Cidade” incide sobre o tema da vida pública contemporânea e da sua relação com a prática da arquitectura. Aborda-se o significado do “público” em arquitectura e a cidade na dimensão física, política e artística. O tema revela-se particularmente operativo num tempo em que o enfraquecimento da dimensão pública conjugado com políticas de estímulo ao turismo de massas abre caminho a uma mono-tematização da vida urbana. A arquitectura permite uma síntese crítica destes fenómenos e capacidade propositiva para novas abordagens.
Arquitectura. Público. Cidade.
A palestra “Arquitectura. Público. Cidade” incide sobre o tema da vida pública contemporânea e da sua relação com a prática da arquitectura. Aborda-se o significado do “público” em arquitectura e a cidade na dimensão física, política e artística. O tema revela-se particularmente operativo num tempo em que o enfraquecimento da dimensão pública conjugado com políticas de estímulo ao turismo de massas abre caminho a uma mono-tematização da vida urbana. A arquitectura permite uma síntese crítica destes fenómenos e capacidade propositiva para novas abordagens.
Rosa Martelo é professora Associada, com agregação, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde se doutorou em Literatura Portuguesa, em 1996. Investigadora do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (Unidade I&D). Domínios de investigação: Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, Poéticas dos Séculos XIX, XX e XXI, Literatura Comparada. Como ensaísta, tem privilegiado o estudo da poesia contemporânea e das relações inter-artísticas (poesia/cinema). Algumas publicações: A Forma Informe (Assírio & Alvim, 2010), O Cinema da Poesia (Documenta, 2012).
Arrogância e Morte…ou nem tanto?
Alguma da crítica literária contemporânea tem vindo a articular a autonomia do estético com o exercício de uma arrogância (política) que teria terminado no isolamento da poesia ou, o que é pior, na sua irrelevância. Como interpretar este diagnóstico? E como entender as relações entre poesia e crítica neste contexto?
Arrogância e Morte…ou nem tanto?
Alguma da crítica literária contemporânea tem vindo a articular a autonomia do estético com o exercício de uma arrogância (política) que teria terminado no isolamento da poesia ou, o que é pior, na sua irrelevância. Como interpretar este diagnóstico? E como entender as relações entre poesia e crítica neste contexto?
Silvina Rodrigues Lopes é professora catedrática da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dedica-se ao ensino
e investigação nas áreas de teoria da literatura e literatura portuguesa do
século XX. Publicou os seguintes livros: Tão simples como isso (ficção);
E Se-pára (ficção); Teoria da Despossessão (ensaio sobre a obra de
Maria Gabriela Llansol); A Alegria da Comunicação (sobre Agustina
Bessa-Luís); Aprendizagem do Incerto; Agustina Bessa-Luís, as Hipóteses do
Romance, Asa, Porto; A Legitimação em Literatura; Carlos de Oliveira — O
Testemunho Inadiável; A Inocência do Devir (ensaio sobre a obra de
Herberto Helder); Exercícios de Aproximação ( ensaios sobre Literatura
Portuguesa Contemporânea); Literatura, Defesa do Atrito; A Anomalia
Poética.
Evitar a última palavra
Não há uma especificidade da crítica (incluindo crítica de arte) em relação à escrita de outros textos . A existência,a partir do séculodezoito, de um tipo de discurso designado como crítica de arte, econstituído como saber de um campo de actividade de que declara a autonomia, coexiste com aquilo que o nega (do romantismo a Baudelaire,Duchamp e depois). A partir desta verificação distinguem-se essencialmente dois tipos de comprometimento político da crítica: 1. aquele que a entende como discurso especializado ao serviço de uma função mediadora ; 2. aquele que,reconhecendo a dimensão de ensino de toda a destinação da palavra escrita, bem como a inseparabilidade de ensino e crítica,recusa a função mediadora, tendo como princípio “evitar a ultima palavra”.
Evitar a última palavra
Não há uma especificidade da crítica (incluindo crítica de arte) em relação à escrita de outros textos . A existência,a partir do séculodezoito, de um tipo de discurso designado como crítica de arte, econstituído como saber de um campo de actividade de que declara a autonomia, coexiste com aquilo que o nega (do romantismo a Baudelaire,Duchamp e depois). A partir desta verificação distinguem-se essencialmente dois tipos de comprometimento político da crítica: 1. aquele que a entende como discurso especializado ao serviço de uma função mediadora ; 2. aquele que,reconhecendo a dimensão de ensino de toda a destinação da palavra escrita, bem como a inseparabilidade de ensino e crítica,recusa a função mediadora, tendo como princípio “evitar a ultima palavra”.
Moderadores convidados:
Delfim Sardo nasceu em Aveiro em 1962. É curador, docente universitário e ensaísta. É Professor do Colégio das Artes e da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte /Portugal. Foi o Comissário Geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010. Desde 1990 que se dedica à curadoria de arte contemporânea, bem como à ensaística sobre arte. Entre 2003 e 2006 foi Director do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Foi fundador e director da revista Pangloss. Entre 1997 e 2003 foi consultor da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1999 foi o Comissário da Representação Portuguesa à 48ª Bienal de Veneza. Em 2010 foi co-Comissário da Representação Portuguesa à Bienal de Veneza de Arquitectura. No campo das publicações destacam-se os volumes Julião Sarmento, Catalogue Raisonée, Edições Numeradas, Vol.I (MEIAC, 2007), Luxury Bound (Electa, Milão, 1999), Jorge Molder (Caminho, Lisboa, 2005), Helena Almeida, Pés no Chão, Cabeça no Céu (Bial, 2004), Pintura Redux (Fundação de Serralves/Público, 2006), Abrir a Caixa (Caixa Geral de Depósitos, 2009) e A Visão em Apneia (Babel, 2011). Colabora regularmente como ensaísta para publicações sobre arte e arquitectura.
João Pedro Cachopo é investigador
nas áreas da filosofia, da musicologia e dos estudos literários, tendo-se
doutorado pela FCSH-UNL com uma tese sobre o pensamento estético de Adorno,
entretanto publicada com o título Verdade e Enigma:
Ensaio sobre o pensamento estético de Adorno (Vendaval,
2013). É membro do CESEM, onde desenvolve um projecto de pós-doutoramento sobre
os aspectos estéticos e políticos da relação entre as artes. Traduziu Bernard
Aspe, Georges Didi-Huberman e Jacques Rancière.
Maria João Cantinho nasceu em Lisboa, em 1963. Estudou Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, onde defendeu dissertação de doutoramento, sob a orientação de Maria Filomena Molder e GérardBensussan (UniversitéMarc Bloch), com o título “Walter Benjamin, Messianismo e Revolução: a História Secreta”. Com diversas publicações científicas em revistas académicas, é actualmente professora do ensino secundário e Professora Auxiliar no Iade. Membro integrado do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do Collège d’ÉtudesJuives (Université Sorbonne IV), organizou vários congressos na área de Filosofia, bem como co-editou vários livros sobre diversos autores (Celan, Levinas, MaríaZambrano, Walter Benjamin). É ainda crítica literária na Colóquio-Letras da Fundação Gulbenkian e colabora em várias revistas de literatura.
Comissão executiva: André Silveira, Bruno Marques, Gabriela Raposo, Nuno Crespo.